terça-feira, 25 de agosto de 2009

Morrerei amando



É orgânico dizer-lhe do meu amor todo o tempo.
por vezes seca meu ser, de uma sede que não cessa
que não há bocas, mãos
outros amores que baste para encharcar meu corpo.
ele me assusta, de tão imenso
bem maior que o meu humano
e esse gigante me olha e eu tenho medo
sim, por vezes eu tenho medo
porque ele quer me dominar, ele me domina com tuas sedas e lâminas
e me rasga
ele me dói também
quando não tenho teus braços pra me acolher e me soprar somente as coisas belas.
ele finge que não sabe que não tenho muletas para sustentar meu peso
e ele enfraquece minha duas únicas pernas
confunde meus horizontes
e eu ando perdida como uma bêbada
sem lar, sem rumo.
Por horas chego a pensar que sou frágil demais para o amor
porque não cabe em mim
ele me cega e me arrasta pra cantos nunca antes existentes.
e só agora eu sei, pois só agora eu sinto mesmo o que é amar
mas é ele quem desperta meu corpo, acende minha alma, dá sentido a minha vida
sim, minha sina é morrer de amor, por amor, só por ele.
eu sei
morrerei amando.


Camila Brito

imagem de Edvard Munch

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